4 Mulheres inspiradoras com os pés firmes no presente e espiando o futuro

4 Mulheres inspiradoras com os pés firmes no presente e espiando o
futuro
Um dos maiores desígnios femininos para o século XXI é alinhar vida e
carreira. Viver uma vida com sentido exercendo nossos talentos é estar em
harmonia com nosso tempo.Ainda durante a pandemia, convidei 4 mulheres
entrevista sobre Vida e Carreira em comemoração ao Dia Internacional da
Mulher, 8 de março.

São 4 histórias de mulheres representantes de nosso tempo, com idades
diversas e especialistas em diferentes áreas do conhecimento, escritora,
podcasters, professoras, educadora, facilitadora, produtoras de conteúdo
digital.

Em março de 2021, a Revista Forbes Brasil, uma curadoria de tendências do
mundo da cultura e do campo social, listou as 20 mulheres de sucesso no
Brasil e estampou em sua capa Djamila Ribeiro, mulher, negra, filósofa
brasileira que em 2020 teve um de seus livros, Pequeno manual antirracista,
como o mais vendido pela Amazon.

A lista demonstra ser a equidade de gênero uma tendência sem volta no
mercado de trabalho porque a diversidade trouxe benefícios significativos
ao ambiente corporativo como eficiência, inovação e harmonia.

As conquistas das mulheres são irrefreáveis.

Nesta entrevista virtual, ELAS generosamente me contaram alguns
momentos especiais de suas vidas e carreiras e fizeram sugestões aos
novatos e novatas sobre o que fazer mais e o que fazer menos para a
superação dos desafios profissionais de nosso tempo tão complexo!

Cris Guerra, escritora e produtora de conteúdo digital, ficou viúva aos 36 anos
grávida de seu filho Francisco, hoje com 14 anos, “eu passei a compartilhar
um pouco de meus sentimentos e do meu dia a dia por meio de um blog com
a publicação de cartas para meu filho, chamado Para Francisco. Acabei
transformando a minha vida em profissão. Eu enfrentei o meu luto e a minha
maternidade solo compartilhando e descobrindo muitas coisas. Sou uma
pessoa que tem a sorte de poder viver trabalhando com comportamento e
usando a minha própria vida como material de trabalho”.

O blog Para Francisco foi um sucesso e virou livro, hoje aos 50, Cris Guerra
é colunista de rádio e revista, podcaster do 50 crises. No seu podcast e nas
demais mídias, Cris Guerra nos recebe com seu delicioso sotaque mineiro e
bom humor para abordar temas como etarismo, moda, escrita e “sobre dar a
volta por cima, fazer das adversidades oportunidades”.

Uma experiência similar de “virada” me contou Cecília Seabra: “em 2018
minha vida mudou. Após saber que seria demitida por corte de custos, tomei
uma decisão que considero corajosa: não mais pautar minha vida pelo
trabalho, mas o oposto”. Cecília Seabra atua como mentora e consultora de
comunicação para pessoas e empresas e é professora em cursos de
Jornalismo e Publicidade e Propaganda. Criou o site da Ceci e o podcast A
comunicação nossa de cada dia.

O ponto de inflexão de Tania Sanches, especialista em Psicologia Positiva,
PNL e CNV, podcaster do Chá positivo, foi em 2009 quando “tive um burnout
– estado de estresse crônico que me levou a exaustão física e emocional, pedi
demissão de um emprego que me pagava muito. Hoje, vivo um dia de cada
vez e todo o meu conhecimento obtido, transformei em cursos online e
treinamento para empresas para melhorarem seu estado emocional e nível
de felicidade”.

Cris Guerra, Cecília Seabra e Tania Sanches, por motivos diferentes, criaram
o trabalho de suas vidas e alinharam vida e carreira.

No mundo em constante transformação nem sempre encontraremos o
trabalho que desejamos nos anúncios das redes ou que tais, teremos que
criar o trabalho de nossas vidas.

Criar novos trabalhos e exercer várias carreiras ao longo da vida, transitar de
uma carreira para outra e mesmo exercer várias atividades ao longo da vida
são características da vida moderna permitidas pela longevidade conquistada
pelos avanços da ciência e das transformações digitais.

Ganha destaque o conceito de “lifelong learning”, em português,
aprendizagem contínua ou educação para toda vida.

Aprender pra sempre é o que nos obriga em um mundo em constante
transformação, mundo VUCA – volátil, incerto, complexo e ambíguo. E a
pandemia apressou muitas das projeções como a do trabalho remoto e a
gestão com base na confiança.

Simone André, especialista em Educação e consultora independente, pode
ser considerada uma “lifelong learner”, ela me relatou “hoje estou em uma
3ª carreira agora como consultora independente, contribuindo com diferentes
organizações e construindo uma visão mais ampla e colaborativa”.

Provocadas por mim para dar sugestões sobre o que fazer mais e o que
fazer menos na superação dos inerentes desafios profissionais que
enfrentamos na atualidade, nossas entrevistadas destacaram várias soft
skills, as habilidades socioemocionais do futuro.

Num mundo cada vez mais dinâmico cuja única certeza é a impermanência,
para crescer na carreira é necessário desenvolver competências como
empatia, resiliência, autoconhecimento, colaboração e sobretudo ser capaz
de navegar nas incertezas.

Cris Guerra ressaltou a empatia como ponto de destaque para que novatos e
novatas fiquem atentos, aconselha a escritora “trazer nossa verdade
incluindo a nossa vulnerabilidade para o nosso trabalho é o que faz as pessoas
se conectaram com a gente, perceber que somos reais, normais e que temos
os nossos problemas, os nossos desafios, isso é muito poderoso. Eu traria
este grande ensinamento”.

Cecília Seabra e Tania Sanches apontam o malefício da comparação e dos
julgamentos indicando a necessidade de autoconhecimento e da
autenticidade.

Ser “congruente com o que pensa, sente e fala” para o desenvolvimento
profissional, destaca Tania Sanches e ampliar “o conhecimento para
desenvolver visão estratégica, senso crítico, capacidade argumentativa e de
dialogar”, enfatizou Cecília Seabra.

A especialista em Educação, afinada com nosso tempo, nos lembra que há
Menos certezas. Cada vez menos certezas e cada vez mais abertura para
descobrir novas maneiras de entender o que é a escola

Last but not least, pedi para Cris, Cecília, Simone e Tania espiarem o futuro,
voltar e nos contar o que viram lá.

Nossas “futuristas” enxergam um mundo melhor logo alí na frente e
trabalham nessa construção que ainda é um caminho.

Fiel à sua especialidade a Psicologia Positiva que foca as potencialidades do
ser humano, Tania Sanches viu no futuro “pessoas mais conscientes de sua
saúde mental, preocupadas em desenvolver habilidades que realmente
importam para se ter uma vida com paz de espírito”, um mundo “do amor
compartilhado, da compaixão e da empatia pela dor do outro”.

“Cautelosamente otimista”, Cecília Seabra “gostaria de ver no futuro uma
sociedade que reaprendeu a dialogar, mais colaborativa e menos competitiva,
disposta a diminuir desigualdades e que tem na educação e no conhecimento
seu ativo de maior valor.”

Simone André viu no futuro “a Educação pautando a economia. Um projeto
de nação e produtividade à serviço das pessoas. E um projeto de educação à
serviço da superação das desigualdades que destroem esse país. Vi a
Educação e as escolas ajudando o planeta a enfrentar as crises climáticas, a
pobreza, as pandemias. Vi crianças, adolescentes e jovens – sem distinção –
pensando, sentindo, decidindo e agindo sobre o mundo onde habitam

Em sintonia, Cris Guerra viu “um mundo mais colaborativo, mais verdadeiro
e coletivo com pessoas preocupadas com o que é essencial. Um mundo
equilibrado ecologicamente porque seremos sabedores de que somos parte
do todo, enfim um mundo mais humano.”

E quem pode dizer pra onde vai a estrada?

ELAS seguiram o que apontam os futuristas de profissão, como Rosa Alegria
que diz “somos nós que salvaremos o futuro e não os robôs” e para tal
precisamos usar nosso potencial feminino de transformação, de criar, de
nutrir para nos situarmos como um partícipe do Planeta.

Contar estas 4 histórias é reavivar a memória das mulheres que nos
antecederam cujas lutas abriram caminho para nosso presente de sororidade
e é, ao mesmo tempo, frisar que as mulheres de hoje com sua garra
preparam o terreno fértil para um futuro mais colaborativo e humanizado que
vislumbramos.

Faltaram muitas, mas cada mulher citada aqui representa todas as mulheres
do mundo.
Te convido a comemorar com a gente espiando o futuro, voltando para nos
contar nos comentários o que viu por lá.

Eu sou Laize de Barros, ajudo pessoas a alinhar Vida e Carreira com mentorias e cursos. Psicóloga
e Mestre em Educação, sou mentora voluntária no Programa Nós por Elas do Instituto VasseloGoldoni-IVG
Colunista da Comunidade Marketing da Gentileza e do Observatório da
Comunicação Institucional. Escritora das minhas histórias e das que espio nas janelas da vida.